Ballet por Stravinski
Igor Stravinski ao compor o arranjo da montagem de “A Bela Adormecida” de Petipa para os “Ballets Russes de Diaghilev”. (1921)
“Para mim é um grande prazer tomar parte nessa criação; não somente pelo amor a Tchaikovski, mas também pela minha profunda admiração pelo ballet clássico, o qual, em sua essência, pela beleza de sua “ordonnance” e aristocracia austera de suas formas corresponde, de maneira tão próxima a minha concepção de arte.
De fato, na dança clássica, eu vejo o triunfo da concepção estudada sobre o arbitrário, da ordem sobre o casual.
Eu estou assim face a face com o eterno conflito entre os princípios apolíneos e dionisíacos.
O último assume o êxtase como meta final – ou seja, a perda de mim mesmo – enquanto que a arte demanda, acima de tudo, a total consciência do artista.
Aí não há dúvida sobre minha escolha entre os dois.
E se eu aprecio tanto o valor do ballet clássico, não é simplesmente uma questão de gosto da minha parte, mas porque eu vejo nele, exatamente, a mais perfeita expressão dos princípios de Apolo.”
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