QUANDO EXISTE AMOR

Se los pido que léanlo, por confiar en mí o hasta por desconfiar, ya que la vida está para aprender, crecer y al final van entender bastante de mí postura.
Gracias a Maestra E Caminada por compartir el texto.

No epílogo de seu extraordinário livro “Os anjos de Apolo – Uma história do ballet” Jennifer Homans coloca o dedo (e a alma) no ponto exato:
“…Para que o ballet clássico recuperasse o seu lugar como uma arte fundamental seria preciso mais do que recursos e talentos (o “gênio seguinte”). A honra, o decoro, a civilidade e o bom gosto também teriam de regressar. Teríamos de voltar a admirar o ballet, não só como uma impressionante exibição atlética, mas como um conjunto de princípios éticos…”
Muitos dizem amar o ballet, mas o desrespeitamos seguidamente: Não amamos ballet quando:
desejamos apenas o glamour e o sucesso;
remontamos obras do repertório clássico desvirtuando seus personagens, colocando bailarinos executando pseudo-técnica fora do lugar e exibindo-os em dificuldades fora do estilo e da música, em detrimento da trama do ballet e dos demais personagens, em parte por desconhecimento do enredo profundo da obra, em parte em busca do aplauso gratuito;
acreditamos que vídeos substituem a experiência vivida no trabalho de remontar uma obra de repertório; vídeos desorientam e enganam; vídeos só são úteis para quem precisa tirar pequenas dúvidas, não para substituir um remontador;
quando achamos que o conjunto de uma obra de repertório estava ótimo apenas porque todos faziam juntos, quando, na verdade, a essência da obra, seu estilo, sua estrutura, está tão distante quanto o atleta está distante do artista;
quando substituímos nossas emoções verdadeiras por clichês que agradam ao público;
quando não ouvimos ninguém, não lemos nada e nada conhecemos sobre o ofício que dizemos amar;
quando colocamos a produção acima do sentido primordial do espetáculo de ballet: a dança.

Da esquerda para direita: Uliana Lopatkina, Marcia Haydée e Cecilia Kerche.