Meu bem, está fazendo um ano que você se foi. É duro, mas estou em paz. Tenho, de você, as lembranças mais lindas, tenho nosso filho e nossos pequerruchos Luiza e Lucas. A cada dia, em vários momentos, me flagro conversando com você.
Como você me ensinou a viver. Como foi generoso, educado. Como teve caráter, bondade, seriedade quando era preciso. Como foi bom para minha família inteira; como me preparou para enfrentar a vida sem você.
Eric, você morreu como viveu, amando o belo e, sobretudo, amando o próximo, o requintado e o muito simples; em relação a tudo: gente, música, arte, lugar… Quanto mais envelhecia, mais humano se tornava. Como você respeitou a dignidade de gente pobre, como distribuiu amor e como recebeu amor.
Meu bem, você foi uma bênção para os que conviveram com você, uma bênção na minha vida, meu amor, meu companheiro, meu professor de tudo, um misto de marido, amante e pai.
E uma coisa que nunca falei explicitamente: como você teve talento, como a arte gostava de você. Teve talento para tudo: para dançar, embora nunca tivesse conseguido ter técnica, mas a dança sabia, conhecia o seu talento como professor, como remontador, ensaiador, até como o coreógrafo que você não se permitiu ser; com sua auto-crítica aguda dizia: não tenho cultura suficiente para ser um coreógrafo, eu faço coreografia, é diferente, mas não sou um criador; como você tinha talento para desenhar, para criar figurinos; como tinha talento para piano, para música, com seu ouvido tão apurado, que Roberto herdou e nossos netos, também.
Meu Eric, está é, sim, minha declaração de amor a você, onde quer que você esteja. Te amo!
